terça-feira, 30 de setembro de 2014

Como criar um filho mais inteligente?


Não precisa ser nenhum gênio para ajudar seu filho a alcançar seu potencial intelectual. Basta ser um pai ou mãe interessado e carinhoso. Também não é preciso fazer nada muito fora do comum para estimular a inteligência do seu filho. Veja algumas orientações.
Faça seu filho se sentir seguro

O cérebro do bebê está programado para buscar a sensação de segurança, e, se a mente não encontra essa sensação, não aprende, explica a especialista Tracy Cutchlow, editora do livro Brain Rules for Baby. É por isso que é tão importante estabelecer essa ligação de segurança com seu filho.

Entre as atividades que ajudam o bebê a se sentir seguro estão o contato pele a pele, o contato visual, massagens, conversar com o bebê e usar slings ou cangurus.

Quando o estresse é demais na vida de novo pai ou nova mãe, pode ser difícil transmitir segurança e tranquilidade para o bebê. Especialmente quando você não dorme bem há meses, sua vida social é praticamente nula e você ainda está se adaptando à divisão (ou não) de tarefas domésticas.

Saiba, porém, que uma das maneiras mais eficientes de passar segurança ao seu filho é através de um relacionamento familiar sólido e cheio de carinho, mesmo nos momentos mais difíceis e cansativos.

A especialista sugere que vocês dois se sentem e façam uma lista de tarefas, para chegarem a um acordo sobre quem faz o quê.

Se você perder a calma e acabar brigando na frente do bebê, não se preocupe demais. São coisas que acontecem, assegura a especialista. O que você pode fazer é se esforçar para fazer as pazes também na frente do bebê, devolvendo-lhe a sensação de que a paz está de volta.

Não é que bebês entendam exatamente o que está acontecendo, mas as emoções da casa são sem dúvida captadas por eles.
Narre o que está fazendo

Os especialistas recomendam que você converse muito com seu bebê. De acordo com Jill Stamm, autora do livro Bright from the start e especialista em desenvolvimento cerebral, o cérebro é um órgão que procura padrões. "Quanto mais ouvir os padrões da língua, mais fácil se torna o aprendizado daquela língua."

Mesmo que não haja mais ninguém em casa além de você e o bebê, vá falando tudo o que se passa na sua cabeça, ou, para ficar mais fácil, simplesmente narre tudo o que está fazendo.

Pesquisas indicam até que o fato de ouvir bastante a falação de adultos na primeira infância favorece o desempenho na leitura e na escrita mais tarde, na escola.

Há três elementos importantes para incentivar o desenvolvimento da linguagem: o número de palavras, a variedade e a complexidade das palavras e o modo como elas são ditas.

Se você narrar o seu dia, vai acabar usando todo tipo de palavra. "Nossa, a mamãe estava louca para ir ao cinema assistir a um filme bem romântico, mas não vai dar, porque a vovó não pode vir aqui tomar conta de você hoje", ou "Agora vou tomar um banho e tentar relaxar, vamos ver se você vai ser bem bonzinho e colaborar dormindo gostoso!"

Quanto mais você variar seu vocabulário, melhor para o seu bebê. O tom da sua voz também importa. Por um lado, você pode conversar com seu filho num tom de voz comum, como se estivesse falando com um adulto, para ele se acostumar ao ritmo da conversa.

Por outro, não precisa deixar de usar aquela fala típica de quem conversa com um bebê, com um tom mais agudo e numa melodia especial. Há espaço para as duas coisas. O "tatibitate" ajuda os bebês a diferenciarem sons como as vogais, e o tom mais agudo é mais fácil de imitar que o da conversa comum.

Se seu bebê ainda não faz nenhum barulhinho para responder à conversa, não se deixe intimidar pelo silêncio. Fale, fale e fale mais um pouco.
Invista no olho no olho

Você não consegue parar de admirar o rostinho do bebê? Tudo bem. Admire o quanto quiser. Toda essa proximidade ajuda no desenvolvimento do cérebro dele.

Pesquisas mostram que aos 3 ou 4 meses os bebês são capazes de distinguir as expressões faciais dos pais. Por volta dos 5 meses, já são capazes de compreender emoções só de olhar para um rosto desconhecido. Entre 7 e 9 meses, são capazes de perceber emoções ao observar a face de animais como cachorros e macacos.

O professor de psicologia e neurociência Ross Flom, da universidade Brigham Young, em Utah (EUA), explica que a emoção é uma das primeiras maneiras que os bebês usam para se comunicar com os adultos.

A capacidade de decifrar expressões faciais é um marco da habilidade de comunicação não-verbal. Esse tipo de comunicação, no futuro, ajudará seu filho a evitar conflitos, trabalhar em equipe e preservar relacionamentos.

Só preste atenção aos sinais de que o bebê está cansado. Se ele começar a desviar o olhar, não force a interação. Dê alguns minutos ao bebê para que ele descanse e processe o que acabou de aprender.
Limite o tempo de "prisão" do bebê

Não é exatamente uma prisão, mas, para a especialista Jill Stamm, as crianças passam tempo demais amarradas ou restritas a determinados espaço, seja no carrinho, na cadeirinha, no berço.

É claro que a segurança vem em primeiro lugar. No carro, ela tem de ficar presa na cadeirinha, sem exceções. Mas em casa vale a pena ficar sempre por perto e deixar a criança mais solta, num ambiente seguro como o chão. Dessa forma, ela fica mais livre para se movimentar e olhar para todos os lados. Vai seguir os sinais captados tanto pela visão quanto pela audição.

Seguir os sinais colabora para o desenvolvimento da atenção da criança, que surge bem cedo, de acordo com Jill Stamm. Ela será importante no futuro, para a concentração em atividades mais trabalhosas.
Aponte para as coisas que descreve

Pesquisas mostram que crianças desenvolvem a linguagem mais rápido quando se aponta para o objeto enquanto se diz a palavra que o descreve.

No começo, o bebê vai olhar para você, e não para a coisa para a qual você está apontando. Conforme ele fica mais velho, passará a olhar também para o seu dedo. Por volta dos 9 meses, a maioria dos bebês começa a seguir a direção do dedo e perceber o que é que você está mostrando, diz o professor de psicologia Ross Flom.

Por volta de 9 ou 10 meses de idade, o bebê começa a trazer objetos para mostrar para você. É a chamada "atenção compartilhada", um marco do desenvolvimento social.

O que os pais podem fazer para desenvolver essa habilidade? Basta continuar mostrando as coisas e falando sobre elas. Seu filho pode não entender as palavras ainda, mas pouco a pouco a comunicação entre vocês vai ficando mais complexa.

Você pode, por exemplo, fazer um passeio ao zoológico ou a uma fazendinha e dirigir a conversa para falar sobre um animal que vocês estiverem vendo. Só esse ato já promove o desenvolvimento social, cognitivo e da linguagem.

Continue aplicando esse princípio no dia a dia, mostrando coisas simples como uma planta, um cachorrinho na rua, ou até um programa de TV ou um vídeo, desde que continue conversando sobre o que vocês estão vendo juntos.

Fonte:babycenter

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