domingo, 21 de setembro de 2014

Yamaha lança XTZ Crosser 150

Yamaha lança XTZ Crosser 150 para concorrer com Honda Bros 150
Moto tem proposta de uso misto, na terra e no asfalto, com motor flex.
Vendas começam em abril, com preço partindo de R$ 9.050.



Dona do 2º lugar no ranking de vendas de motos no Brasil, a Yamaha apresentou neste sábado (8) a inédita XTZ Crosser 150, modelo exclusivo para o mercado brasileiro. A Crosser chega às lojas em abril e será concorrente natural da Honda NXR 150 Bros, 4ª moto mais vendida do país e atual líder deste segmento - o das trail de baixa cilindrada, com características que permitem o uso misto no asfalto e na terra.

O preço da novidade começa em R$ 9.050, para a opção básica E, e vai até R$ 9.350 na versão ED, que traz freio a disco na dianteira, mais eficaz, como principal diferencial, no lugar do arcaico sistema a tambor da Crosser de entrada - ambas possuem freio a tambor na roda traseira.
Com o lançamento, a Yamaha cria uma opção intermediária entre a XTZ 125 e a XTZ 250 (Lander e Ténéré).

Ao todo, a empresa levou três anos para finalizar a Crosser. “Foi um trabalho mundial realizado entre a engenharia de Brasil e Japão”, diz Shigeo Hayakawa, diretor-presidente da Yamaha do Brasil. De acordo com o executivo, o projeto foi concebido em paralelo com o da Fazer 150, que começou a ser vendida no país em outubro passado, modelo com o qual compartilha o motor flex e o câmbio.
“Se o motor é bom, o produto fará sucesso”, acredita Hayakawa. Sem divulgar a quantia gasta pela marca no modelo, que já está sendo produzido na fábrica da empresa em Manaus, Hayakawa explica que 50% do valor de desenvolvimento foi destinado ao motor da XTZ 150.

Apesar da fabricação em larga escala no Brasil, as primeiras unidades da Crosser foram produzidas no Japão e já rodavam no Brasil em 2013, como o G1 havia adiantado no ano passado, para testes finais e homologação.
A Crosser é uma versão mais aventureira da urbana Fazer 150. Recém-lançado na Fazer, o motor de 1 cilindro e 149,3 cc segue rendendo 12,4 cavalos de potência a 7.500 rpm e 1,29 kgfm de torque a 6.000 rpm, ambos alcançados com etanol no tanque, que tem 12 litros de capacidade.
Com injeção eletrônica, o propulsor é flex, podendo rodar com etanol, gasolina ou ambos.
Suspensões mais longas
Para enfrentar pisos em pior estado, a Crosser possui suspensões mais longas que as de sua irmã Fazer 150, além de rodas maiores e raiadas, melhores para a terra por dispersarem melhor a energia transmitida pela rodagem no solo. Enquanto na Fazer os cursos das suspensões são de 120 mm na dianteira e 92 mm na traseira, a Crosser tem amortecedores com 180 mm em ambos os eixos. Além disso, o sistema da traseira é do tipo "monoshock", de apenas 1 amortecedor, com link para conexão com a balança, o que proporciona melhor absorção de impactos.
Na dianteira, como manda a categoria trail, a roda da XTZ é de aro 19 polegadas, enquanto a traseira mede 17 polegadas. A altura do assento em dois níveis é de 836 mm e a moto possui bagageiro na traseira capaz de levar 7 kg de carga.

Urbana ou aventureira?
Em seu visual, a Crosser não esconde a proposta aventureira empregada pela Yamaha com um visual arrojado. Na dianteira, a empresa adotou um bico curto e vazado sob o farol, além de carenagens esportivas nas laterais do tanque. O escapamento, que sobe lateralmente rente a traseira, mostra que a moto pode encarar até trechos alagados.
Apesar de ser um trail nata, a Yamaha não pretende associar a moto à imagem de moto off-road. De acordo com a empresa, a Crosser é uma moto urbana com visual off-road e as suas suspensões vão trazer mais conforto para rodar em asfalto de péssima qualidade encontrado no Brasil. Parte dessa escolha é mostrada no para-lama baixo, que vai rente ao pneu, enquanto os modelos de uso misto geralmente tem para-lama alto no estilo motocross.

Mesmo que a empresa queira passar a imagem de moto off-road, será inevitável que a Crosser seja utilizada em estradas de terra, fazendas e em regiões praianas, como ocorre com a NXR 150 Bros.
O modelo da Honda tem preços sugeridos bem próximos ao da moto Yamaha. Para a versão ES, sem disco de freio na dianteira, o valor é de R$ 9.000, enquanto a ESD, com disco, custa R$ 9.300, ou seja, a Crosser é R$ 50 mais cara que a Bros em cada uma das respectivas versões.
Outra possível opção para quem deseja uma moto de uso misto na categoria é a Kasinski CRZ 150, que custa a partir de R$ 6.790. A Crosser terá as opções de cores branca, laranja e cinza. O painel, com misto de elementos analógicos e digitais, é de série.

Freio a tambor para o Nordeste
A princípio, pode parecer estranho uma moto de mais de R$ 9 mil não ter freio a disco na dianteira de série.
No entanto, a explicação da empresa é a de que muitos usuários preferem a versão com freio a tambor, principalmente para rodar em estradas de terra, devido a sua auação menos potente, comparada com a versão a disco, diminuindo o risco de travar a roda e evitar uma possível queda. Estratégia similar é utilizada pela Honda na versão ES da Bros 150,
Esta iniciativa foi pensada principalmente para o mercado do Nordeste, onde muitos consumidores veem com maus olhos o freio a disco na dianteira, diz a empresa.
Por sua proposta de uso misto, a modelo deve atrair mais consumidores em locais de estradas sem pavimento ou em ruim estado, onde a Fazer 150, que traz freio a disco de série na dianteira, não se sai tão bem.
35 mil unidades em 2014
Para o primeiro ano de vendas no Brasil, a Yamaha pretende vender 35 mil unidades da XTZ 150 no país. O número ainda é modesto, comparado aos obtidos pela Bros 150, que fechou 2013 com 172.958 unidades comercializadas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

A média da Honda é de 14,5 mil unidades do mês e, pela perspectiva da Yamaha, a Crosser terá média de volume de 4 mil motos por mês em 2014, já que as vendas começam apenas em abril. É um número similar ao que a Fazer 150 vem alcançando, de cerca de 4,5 mil unidades por mês.
Se alcançar o objetivo, a Crosser será o 3º modelo mais vendido da Yamaha no Brasil, atrás de Fazer 150 e YBR 125, que teve média de 6 mil unidades vendidas por mês em 2013.

Quando o assunto é exportação, a Yamaha ainda é hesita. “Estamos estudando a exportação, tudo vai depender se conseguiremos um preço competitivo para o exterior”, explica Hayakawa.

No mercado interno, com a chegada de Fazer 150 em outubro de 2013 e agora a Crosser, a empresa pretende fechar o ano com 220 mil unidades vendidas, estimativa otimista que representaria incremento de 32,9% sobre as 165.539 unidades de 2013.



Fonte:g1.globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário