terça-feira, 7 de outubro de 2014

Seu cérebro é o que você come!


Os cientistas são enfáticos ao afirmarem que a alimentação interfere diretamente na capacidade cerebral. Por isso, é importante saber o que ingerimos. Conversamos com a Drª Vanessa Bezerra, nutricionista e consultora alimentar. O ditado “Você é o que você come” é um alerta para quem pensa que o cuidado com a alimentação só é percebido na balança. Os cientista são enfáticos ao dizer que a alimentação interfere diretamente na capacidade cerebral. Por isso, é importante saber o que ingerimos. Um fator muito importante no que diz respeito à dieta é estabelecer o que é adequado para cada um. Para isso é preciso levar em consideração a idade, o sexo e o estilo de vida.

Segundo a nutricionista Drª Vanessa Bezerra, o funcionamento orgânico depende de nutrientes como ferro, cálcio, zinco, magnésio, vitaminas A, B6, B12 e C, ácidos graxos e fólico essenciais como ômega 3 e 6. Isso ocorre porque cerca de 60% do cérebro são compostos de gordura, principalmente de ácido docahexaenoixo (DHA) e ácido araquidônico. A falta desses nutrientes pode ocasionar desequilíbrios e consequente redução no funcionamento das funções cerebrais.

A alimentação funcional e cérebro
Os neurotransmissores são células especializadas que se comunicam e interagem entre si. Sem eles seríamos incapazes de pensar, perceber, aprender e nos relacionarmos. Para que esses neurotransmissores funcionem corretamente, são necessários, além dos nutrientes, aminoácidos e carboidratos que supram energia de maneira regular e contínua para o cérebro.

Mas será que existem alimentos bons para a memória? É possível turbiná-la com auxílio da alimentação? Segundo a Drª Vanessa, sim. Visto que a memória está ligada a um neurotransmissor chamado acetilcolina, alguns alimentos são mais indicados do que outros. Entre eles estão: alimentos ricos em vitamina B6, B12, magnésio, carne, ovos, peixes, queijos, frutas (abacate, banana, uva), oleaginosas (castanhas), grãos (gérmen de trigo, aveia) e verduras (couve e espinafre). Essa mistura ajuda a manter uma boa memória e a prevenir doenças neurológicas.

A nutricionista ressalta, porém, que esses alimentos só cumprem seus efeitos se houver regularidade no consumo. Ela ilustra essa periodicidade comparando o cérebro a um carro. “Assim como o carro necessita de gasolina e manutenção para continuar funcionando bem, nosso corpo precisa de nutrientes de modo constante para se manter turbinado”.

A glicose é a principal fonte energética do cérebro e é suprida pelo consumo de carboidratos na dieta. Mas os carboidratos complexos, que têm sua digestão e absorção mais lentas. Essa letargia favorece a libertação de glicose no sangue de maneira constante, sem picos ou quebras bruscas, mantendo o cérebro “bem alimentado”, o que se traduz em bom funcionamento.

Doce memória:
Para quem é louco por doces, a notícia pode não ser muito boa. É que cientistas da Califórnia (University of California, UC) comprovaram que consumir açúcares em excesso não faz mal só para a silhueta, mas pode nos deixar menos inteligentes.

A pesquisa submeteu dois grupos de ratos. Um grupo seguiu uma dieta rica em açúcares. O outro, sem a substância. Os cientistas observaram que o grupo “formiguinha” teve uma performance bem mais lenta do que os animais do outro grupo, e suas células cerebrais mostraram dificuldades para enviar sinais umas às outras, prejudicando a memória e o raciocínio dos bichinhos.

Outro agravante percebido pelos estudiosos foi em relação à insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, que permite a entrada de glicose nas células para ser transformada em energia: nos ratinhos que receberam açúcares em excesso houve uma perda significativa das funções relacionadas ao aprendizado.

A boa notícia, porém, ficou por conta dos alimentos ricos em ômega 3. Os cientistas descobriram que esses ácidos graxos funcionam como antídoto contra a overdose de açúcares.

Crianças e aprendizado: alimentação balanceada melhora desempenho escolar
De acordo com a Drª Vanessa, as crianças possuem uma demanda maior de nutrientes, porque estão em crescimento. As que consomem uma variedade de alimentos ricos em ômegas 3, 6 e 9, sementes oleaginosas, cereais integrais, frutas e verduras como couve, abacate, abóbora e laranja, por exemplo, garantem uma oferta maior de nutrientes e consequentemente melhor desenvolvimento cerebral.
Frutas como maçã, pêssego, morango, uva, kiwi e tomate possuem fisitina – um composto que atua no amadurecimento das células nervosas e na formação de conexões novas e muito mais fortes.

Adultos e idosos: memória alimentar “guarda” nutrientes ingeridos por toda a vida
Voltemos ao ditado: “você é o que come”. Os nutrientes são armazenados e são uma espécie de memória nutricional. Por isso é importante manter a constância ao longo da vida, pois na melhor idade a saúde cerebral será determinada pelo que foi feito anteriormente.

Entre os alimentos importantes para consumo nessa fase estão os ricos em colina – nutriente encontrado na gema do ovo – por ajudar tanto na transmissão de informações entre os neurônios como na neurogênese, que é o nascimento de novos neurônios. Alimentos com alto teor de vitaminas E, C e selênio ajudam a combater os radicais livres, principal vilão no envelhecimento das células.

Referência:
Revista + Saúde. Ano 1; Edição 2; Junho/2014. Postal Saúde.

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